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MAIS QUE UM SOBRENOME, UMA HERANÇA DA RESISTÊNCIA

O sobrenome que carregamos é um mapa. Nele, estão traçadas rotas de histórias silenciadas, migrações corajosas e a identidade resiliente de nossos ancestrais. Kulikov nasceu de Kulik (Кулик), que é um desses nomes-poema, ecoando a vastidão das planícies do Leste Europeu e sussurrando uma saga familiar única.

Sua origem é antiga e enraizada na natureza, derivando da palavra eslava para "maçarico" – a elegante ave pernalta que habita pântanos e rios. Num tempo em que os sobrenomes nasciam da observação da vida, Kulik pode ter surgido como um apelido carinhoso para alguém ágil, resiliente ou que vivia próximo às águas. Era um nome que falava de características, ofícios e da própria terra.

Este sobrenome é comum na Ucrânia e na Polônia, carregando consigo a alma ancestral eslava – uma herança de força, espiritualidade e uma conexão profunda com a terra natal. No entanto, sua história ganha camadas mais complexas e profundas quando seguimos seu rastro.

Kulik também foi adotado por famílias judaicas asquenazes na mesma região. Por gerações, ele foi mais que um nome; foi uma marca de identidade cultural e familiar. Mas a história, por vezes, exige escolhas difíceis para a simples sobrevivência.

É aqui que nossa narrativa familiar toma um rumo decisivo e revelador. A mudança estratégica de Kulyk (a forma ucraniana) para Kulikov não foi um mero capricho burocrático. Diferente de muitas famílias que o fizeram durante o período czarista, a alteração em nossa árvore genealógica aconteceu nos anos 40, um dos capítulos mais sombrios do século XX.

Neste período, sob os ventos devastadores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto, a russificação do sobrenome foi um ato de proteção desesperada. O sufixo "-ov" é um marcador possessivo russo, que transforma Kulik em Kulikov – significando "filho de Kulik" ou "pertencente à família Kulik". Em um contexto de perseguição nazista e, posteriormente, da política soviética de assimilação, essa alteração era uma estratégia vital.

Ao acrescentar aquelas duas letras, nossa família não apagou sua história; ela a camuflou para sobreviver. Foi um ato de resistência silenciosa, uma forma de buscar anonimato em meio à máquina de destruição e, depois, no regime stalinista, onde uma identidade "russificada" poderia oferecer um pouco mais de segurança. Essa alteração é um testemunho poderoso e comovente do instinto de preservação da vida e da unidade familiar em face do horror absoluto.

Portanto, carregar Kulik (ou sua forma adaptada, Kulikov) é carregar um legado duplo:

  • A força e a pureza da natureza eslava/ucraniana, simbolizada pelo maçarico, livre e resistente.
  • A coragem e a resiliência de um povo que, confrontado com a escuridão, encontrou uma maneira de perseverar.

É a história de uma família que, como o pássaro que lhe dá nome, soube navegar por terras arrasadas pela guerra, sempre em busca de um refúgio para renascer. É uma herança de sobrevivência, que honramos ao rememorar sua verdadeira e bonita origem.

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